Risco de Cancro

O LE está associado a um risco aumentado de cancro da vulva. Uma revisão recente, abrangendo 14.030 mulheres, revelou que 2,2% desenvolveram cancro. O risco é maior nos primeiros 1 a 3 anos após o diagnóstico e aumenta com a idade.  

 

Tratamento

O tratamento do líquen escleroso (LE) tem como principais objetivos aliviar os sintomas (como comichão, dor e ardor), prevenir a progressão da doença (que pode levar a alterações anatómicas e aumento do risco de cancro vulvar) e melhorar a qualidade de vida.

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1. Corticóides tópicos

São o tratamento de primeira linha e demonstram eficácia na redução da inflamação, prevenção da progressão da doença e redução do risco de cancro vulva. Recomenda-se a manutenção do tratamento, mesmo em mulheres assintomáticas. 

 

2. Inibidores da calcineurina (tacrolimus, pimecrolimus)

Podem ser uma alternativa aos corticóides, sendo reservados para os casos resistentes aos corticóides. 

 

3. Outros tratamentos médicos (retinoides e Imunossupressores)

Nalguns casos, quando os tratamentos tópicos não são eficazes, podem ser consideradas terapias sistémicas (por exemplo, acitretina, metotrexato, ciclosporina ou outros medicamentos imunossupressores).  

 

4. Cirurgia

Recomendada apenas para tratamento de complicações, como a estenose do introito vaginal, pseudoquistos esmegmáticos, resolução de fissuras da fossa navicular ou quando são identificadas lesões pré-malignas (neoplasia vulvar intraepitelial diferenciada) ou malignas.  

 

5. Tratamentos não recomendados/sem evidência  

O uso de LASER no tratamento do LE não é recomendado na prática clínica de rotina. A evidência disponível apresenta limitações significativas; a maior parte dos estudos foram controlados e sem comparação com os tratamentos padrão. Além disso, as alterações histológicas observadas após o tratamento com laser podem ser resultado de lesão térmica em vez de regeneração tecidual.   

  

O Plasma Rico em Plaquetas (PRP) tem sido estudado como uma possível alternativa ao tratamento do LE, mas a evidência atual é fraca. 

 

Vigilância

O LE é uma doença crónica e requer acompanhamento médico regular. Recomenda-se consultas a cada 6 a 12 meses, mesmo para pacientes sem sintomas, para monitorização do risco de cancro. Nalguns casos pode ser necessária vigilância mais frequente.