Finalmente um probiótico/simbiótico eficaz para a disbiose vaginal?
- Pedro Vieira Baptista
- 16 de ago.
- 2 min de leitura
O uso de probióticos para prevenção/tratamento de infecções vaginais tem um efeito nulo ou escasso. Contudo, o panorama poderá estar a mudar:
Um novo ensaio clínico randomizado, controlado por placebo, explorou um inovador simbiótico vaginal de libertação lenta, multiestirpe, baseado em Lactobacillus crispatus (VS-01), desenvolvido para restaurar e manter um microbioma vaginal óptimo (CST I).

🔍 Desenho do Estudo
70 mulheres saudáveis (18–54 anos)
Comparou:
Comprimido vaginal multiestirpe de L. crispatus
Placebo
Formulações vaginais e orais alternativas com as mesmas estirpes
Suplemento oral probiótico de venda livre (OTC)
Resultados avaliados: composição do microbioma (metagenómica), organismos associados à disbiose, genes funcionais, citocinas inflamatórias, segurança/tolerabilidade
💡 Principais Resultados
Conversão para microbioma óptimo: 90% com VS-01 vs 11% com placebo (p<0,002)
Efeito sustentado: >50% mantiveram CST I um mês após o tratamento
Reduções significativas de Gardnerella vaginalis, espécies de Candida e genes de sialidase degradadores de mucina
Inflamação: níveis de IL-1α significativamente reduzidos
A formulação faz diferença: o comprimido vaginal de libertação lenta superou a cápsula vaginal de libertação rápida, a administração oral e os probióticos OTC
Segurança: sem eventos adversos graves; bem tolerado
🔬 Porque é relevanteA capacidade de alcançar colonização por L. crispatus sem pré-tratamento antibiótico, e de manter a dominância de CST I, tem implicações importantes na prevenção da vaginose bacteriana recorrente, eventualmente das infeções fúngicas e outras condições mediadas pelo microbioma.
Este é o primeiro ensaio clínico randomizado a demonstrar que um simbiótico vaginal multiestirpe de libertação lenta pode estabelecer de forma eficaz e duradoura um microbioma protetor dominado por L. crispatus.



























